Conflito Norte-Sul ou Ricos e Pobres ou Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos
O sistema econômico capitalista provocou um grande fosso entre as áreas dos países desenvolvidos ou do norte e os chamados subdesenvolvidos ou periféricos ao sul. Essa divisão geográfica entre norte e sul corresponde ao norte desenvolvido da América e Europa, e o sul subdesenvolvido da América Latina e continente africano.
A oposição entre esse norte industrializado e o sul dependente é predominantemente econômica, na qual o padrão de poder ou status é medido pela capacidade tecnológica de produção e de competição no mercado internacional. O norte industrializado é chamado de Primeiro Mundo, que são países de economia capitalista, um seleto grupo que corresponde a 15% da população mundial, que são: EUA, Japão, Canadá. Israel, Austrália, Nova Zelândia. e países da Europa ocidental. Dessa lista, os mais industrializados ou superindustrializados são: EUA, Japão e Alemanha.
As caracteristicas desses países são infra-estrutura, base industrial de grande capacidade de competição internacional, posição de vanguarda na pesquisatecnocientífica, informática, farmacêutica, química fina, telecomunicações etc. São países que exportam produtos manufaturados, e importam produtos primários de países periféricos, ou em desenvolvimenloa preços sempre mais baratos.
As sociedades desses países já resolveram os problemas básicos, como educação, transportes, moradia etc., o que não ocorre em países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil. Os sete mais industrializados compõem o chamado G7 – que são os países mais ricos do mundo: EUA, Japão, Alemanha, França, Itália, Inglaterra e Canadá. A Rússia é convidada sempre quando há reuniões do G7, mas não pertence oficialmente ao grupo, mesmo sendo uma grande potência industrial e bélica.
O sul subdesenvolvido, ou periferia das grandes potências, tem a oferecer matérias-primas e mão-de- obra barata.
Os países periféricos têm em seu sistema econômico o mais perverso fator de exclusão social: o sistema capitalista ou pré-capitalista faz com que ocorra exploração dos trabalhadores por parte da burguesia. Isso se reflete nas condições socloeconômicas de mais de 80% dessas sociedades; essa imensa porcentagem de excluídos forma bolsôes de pobreza, em que o tráfico de drogas, a prostituição, o abandono, as doenças, e a criminalidade são uma constante. Os graves problemas sociais desses países estão se aprofundando cada vez mais, e criando um circulo vicioso, no qual parece não ter fim a angústia da classe operária. O sistema econômico capitalista provoca várias contradições em países subdesenvolvidos, ou periféricos, como, por exemplo, o Brasil, que é a oitava economia capitalista do mundo, mas tem em seu seio, em sua sociedade, problemas sociais de economias muito mais atrasadas, o que se nota, então, é que não basta só ser um grande país economicamente avançado, mas sim ter uma sociedade mais equilibrada socialmente, e mais justa nas oportunidades de educação, saúde, transporte etc.
A periferia privilegiada nesse contexto é formada pelos países mais industrializados e que possuem razoável mercado interno. Os principais países desse grupo são: Brasil, Argentina, México, China e os “Tigres Asiáticos”.
A periferia intermediária corresponde aos países de produção industrial e rendimento médio, como Africa do Sul, Egito, Turquia, Venezuela, Colômbia etc.
Os países mais pobres e menos industrializados da Aírica, América Centrai e da Asia compôem a periferia periférica. Encontra-se nesses países a mais elevada taxa de crescimento demográfico do mundo, além de imensos contingentes humanos sem perspectivas de alimentação, trabalho, educação, moradia e saúde. Exemplos de alguns países considerados de economia pré-capitalista, mas com esses tipos de problemas: Botswana, El Salvador, Uganda etc.
“Assim caminha a humanidade...
A passagem para os anos 80 foi marcada pelo fim da détente(distensão)eavolta da política de confrontação entre os EUA e a União Soviética, pela queda das ditaduras na Europa e na América Latina, pela revolução sandinista na Nicarágua e a revolução islâmica no Irá; assim como pela eclosão de guerras regionais no sul da Africa, no Oriente Médio e no Extremo Oriente.
Por sua vez, a passagem para os anos 90 foi marcada pela queda do Muro de Berlim, ofim da União Soviética e a renovação da hegemonia dos Estados Unidos da América.
‘Ninguém põe em dúvida que os Estados Unidos são a primeira potência do globo. Basta o efeito do peso específico dos seus recursos tecnológicos, econômicos, militares e alimentares para assegurar- lhes um predomínio indiscutível. Não que eles possam impor sua vontade ã discrição; a era da sua onipotência já passou, se é que tenha alguma vez existido. A sua parceira, de apaziguamento, a URSS, não os iguala senão no terreno do “equilíbrio do terror’. Nos outros domínios, posta de parte a extração de petróleo, ela fica num morno segundo lugar. Todavia é um fato: quer nos inclinemos perante a superioridade da América, quer a desafiemos, eia já não apaixona ninguém...”
CLÉMENT, Alain. “A América de trás da cortina.” In:
FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1976, v. III, p. 362.
A nova ordem internacional foi deflagrada pela disparidade tecnológica e econômica entre o mundo capitalista e o mundo socialista, os dois pólos de poder da Ordem Internacional da Guerra Fria. Os pesados nvestimentos na comda armamentista e aeroespacial favoreceram os países capitalistas e se constituíram num peso para os regimes socialistas, gerando tensões e dificuldades econômico-políticas.
A crise do socialismo, que atingiu a Europa do leste desde o início dos anos 80, foi conseqüência desses fenômenos e acabou por conduzir o planeta a novas formas de organizações das relações internacionais, alterando profundamente a ordem vigente desde a Segunda Guerra Mundial. A queda do Muro de Berlim no final dos anos 80 é o marco inicial da nova ordem mundial. O Muro de Berlim simbolizava divisão de dois mundos, de dois sistemas econômicos: o capitalista ocidental e o sistema econômico socialista do leste europeu. Representava também o símbolo da Guerra Fria: a bipolaridade ideológica entre EUAe URSS.
Os constantes fluxos econômicos enlre as empresas transnacionais fazem com que esse sistema econômico capitalista promova a mais fantásticaforma de espoliação: a globalização. Com a queda do socialismo no leste europeu, a hegemonia dos EUA e o surgimento de novas nações, produto de desdobramento e guerras, desenhou-se, dessa forma, um novo mapa-múndi.
Outra grande questão dessa nova era que se inicia é o controle do capital e dos fluxos de investimentos. Dessa maneira, ampliam-se as diferenças entre o Norte rico e o Sul pobre. Substituiu-se o conflito ideológico Leste-Oeste pelo conflito econômico Norte-Sul.
A economia é a base de toda transformação da Nova Ordem Internacional e veio acompanhada pelo fortalecimento de novas potências como Japão e Alemanha e megablocos econômicos como o Nafta e Bacia do Pacífico.
As próximas guerras entre essas grandes potências serão tecnológicas, comerciais. A Nova Ordem Internacional começa com os EUA sendo uma superpotência unimultipotar.
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