quinta-feira, 30 de junho de 2011

CRESCIMENTO POPULACIONAL

As preocupações com o crescimento demográfico tiveram início há cerca de dois séculos (Teoria Malthusiana, 1798), mas foi somente depois da Segunda Guerra Mundial que a humanidade tomou consciência da gravidade da questão populacional.
De fato, no período posterior à Segunda Guerra Mundial, o crescimento da população mundial e particularmente dos países pobres ou subdesenvolvidos adquiriu proporções verdadeiramente gigantescas. O processo de descolonização pós-Segunda Guerra contribuiu bastante para que a realidade da miséria e do acelerado crescimento populacional do Terceiro Mundo viesse a tona.
Apenas no período de 1950-1970, a população mundial passou de 2,5 bilhões de habitantes para 3,6 bilhões, um acréscimo de 1,1 bilhão de pessoas em apenas 20 anos, sendo que, desse total, 83% (912 milhões) coube ao Terceiro Mundo.
No mesmo período, a população brasileira passou de 52 milhões para 93 milhões de habitantes, um acréscimo de 41 milhões de pessoas (o equivalente à população atual da Espanha).
Essa situação tem trazido preocupações e conseqüências bastante sérias, pois o crescimento demográfico continua elevado no Terceiro Mundo.
Estudos realizados por especialistas mostram que o crescimento da população mundial só vai cessar por volta do ano 2050, quando então a humanidade terá completado o que os especialistas chamam de “transição demográfica”, ciclo durante o qual a população passa por três fases fundamentais:
1ª) A população apresenta elevadas taxas de natalidade e mortalidade, resultando em baixo crescimento demográfico. É a fase do crescimento lento e que caracterizou a maior parte da humanidade até por volta do século XVIII. Somente alguns poucos povos ou comunidades muito atrasados ainda se encontram nessa fase atualmente.
2ª) Elevadas taxas de natalidade e baixas taxas de mortalidade, resultando em elevado crescimento demográfico. É a fase do crescimento rápido ou acelerado. Nessa fases encontra-se a maioria dos países subdesenvolvidos (período pós-Segunda Guerra) e por ela passaram os países desenvolvidos durante o século XIX.
3ª) Baixas taxas de natalidade e de mortalidade, resultando em baixo crescimento demográfico. É a fase que os países desenvolvidos estão atravessando. Esses países estão completando sua transição demográfica.
A situação atual pode ser assim simplificada: as taxas de crescimento demográfico dos países desenvolvidos são normalmente inferiores a 1% ao ano, sendo que em alguns países o crescimento encontra-se estagnado (Áustria, Luxemburgo, por exemplo) e até mesmo negativo (Hungria e Alemanha, por exemplo).
Quanto aos países subdesenvolvidos, as taxas vão desde aproximadamente 1% (china, Cuba), ou Menos (Uruguai), até por volta de 3,5 a 4% (Nigéria, Quênia etc.). O Brasil ocupa posição intermediária (2% ao ano).

CONCEITOS DEMOGRÁFICOS FUNDAMENTAIS

A demografia sempre foi alvo de estudos e preocupações por parte de diferentes especialistas e interessados no assunto. Em virtude do seu caráter dinâmico, à medida que a população vai sofrendo transformações quantitativas e qualitativas, os problemas e as contradições sócio-econômicas vão se tornando cada vez mais agudos e evidentes.
Na tentativa de equacionar tais problemas e contradições, os detentores do poder lançam mão de estudos e proposições que nem sempre atingem seus objetivos. De qualquer forma, os estudos e análises fornecem instrumental teórico aos dirigentes para que sejam tomadas medidas de ordem prática. Só que a natureza dessas medidas varia em função dos diversos interesses (políticos, econômicos etc.).
Para facilitar a compreensão dos vários aspectos demográficos, vejamos alguns conceitos fundamentais a esse respeito.
População absoluta. É o número total de habitantes de um lugar (país, cidade etc.)
Densidade demográfica. É o número (média) de habitantes por Km². Para obtê-la basta dividir a população absoluta pela área da região analisada (país, cidade etc.).
Densidade e superpovoamento. Uma área densamente povoada não é necessariamente superpovoada; isso porque o conceito de superpovoamento não diz respeito apenas ao número de habitantes por Km², mas também se refere ao nível de desenvolvimento sócio-econômico e tecnológico da população em relação a área ocupada. Nesse caso, ocorre superpovoamento quando há descompasso do ponto de vista das condições sócio-econômicas da população em relação a área ocupada. A Holanda por exemplo, é um país densamente povoado (434 hab/Km²), mas não é superpovoado (a população desfruta de alto padrão de vida em espaço muito pequeno), ao passo que países como a Índia (247 hab/Km²) são superpovoados.
Recenseamento ou censo demográfico.  É o levantamento ou a coleta periódica dos dados estatísticos (como nascimentos, óbitos, população absoluta, casamentos, migrações) da população de um país, cidade etc. Sua importância é fundamental para melhor conhecimento dos vários aspectos demográficos, bem como para fins de investimentos, planejamentos, projeções futuras e outras finalidades. No Brasil são realizadas de 10 em 10 anos.
Taxa de natalidade. É a relação entre o número de nascimentos ocorridos em 1 ano e o número de habitantes. Uma taxa de natalidade de 30‰ (por mil) significa que nasceram trinta crianças (vivas) para cada grupo de 1.000 habitantes em 1 ano.
Taxa de mortalidade. É a relação entre o número de óbitos ocorridos em 1 ano e o número de habitantes (mortalidade geral). Além desse tipo de mortalidade, há também a mortalidade infantil, que é o número de crianças mortas antes de completar 1 ano de vida para cada grupo de 1.000 crianças com menos de 1 ano de idade. Essa taxa é um importante indicador do nível de desenvolvimento sócio-econômico dos diversos países do mundo.
Crescimento vegetativo ou natural.  É a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. Não inclui os estrangeiros residentes no país.