As preocupações com o crescimento demográfico tiveram início há cerca de dois séculos (Teoria Malthusiana, 1798), mas foi somente depois da Segunda Guerra Mundial que a humanidade tomou consciência da gravidade da questão populacional.
De fato, no período posterior à Segunda Guerra Mundial, o crescimento da população mundial e particularmente dos países pobres ou subdesenvolvidos adquiriu proporções verdadeiramente gigantescas. O processo de descolonização pós-Segunda Guerra contribuiu bastante para que a realidade da miséria e do acelerado crescimento populacional do Terceiro Mundo viesse a tona.
Apenas no período de 1950-1970, a população mundial passou de 2,5 bilhões de habitantes para 3,6 bilhões, um acréscimo de 1,1 bilhão de pessoas em apenas 20 anos, sendo que, desse total, 83% (912 milhões) coube ao Terceiro Mundo.
No mesmo período, a população brasileira passou de 52 milhões para 93 milhões de habitantes, um acréscimo de 41 milhões de pessoas (o equivalente à população atual da Espanha).
Essa situação tem trazido preocupações e conseqüências bastante sérias, pois o crescimento demográfico continua elevado no Terceiro Mundo.
Estudos realizados por especialistas mostram que o crescimento da população mundial só vai cessar por volta do ano 2050, quando então a humanidade terá completado o que os especialistas chamam de “transição demográfica”, ciclo durante o qual a população passa por três fases fundamentais:
1ª) A população apresenta elevadas taxas de natalidade e mortalidade, resultando em baixo crescimento demográfico. É a fase do crescimento lento e que caracterizou a maior parte da humanidade até por volta do século XVIII. Somente alguns poucos povos ou comunidades muito atrasados ainda se encontram nessa fase atualmente.
2ª) Elevadas taxas de natalidade e baixas taxas de mortalidade, resultando em elevado crescimento demográfico. É a fase do crescimento rápido ou acelerado. Nessa fases encontra-se a maioria dos países subdesenvolvidos (período pós-Segunda Guerra) e por ela passaram os países desenvolvidos durante o século XIX.
3ª) Baixas taxas de natalidade e de mortalidade, resultando em baixo crescimento demográfico. É a fase que os países desenvolvidos estão atravessando. Esses países estão completando sua transição demográfica.
A situação atual pode ser assim simplificada: as taxas de crescimento demográfico dos países desenvolvidos são normalmente inferiores a 1% ao ano, sendo que em alguns países o crescimento encontra-se estagnado (Áustria, Luxemburgo, por exemplo) e até mesmo negativo (Hungria e Alemanha, por exemplo).
Quanto aos países subdesenvolvidos, as taxas vão desde aproximadamente 1% (china, Cuba), ou Menos (Uruguai), até por volta de 3,5 a 4% (Nigéria, Quênia etc.). O Brasil ocupa posição intermediária (2% ao ano).
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